02 agosto 2011

Tempo

Arrasta-se o tempo dentro dele
Onde outrora não se arrastava
Vazio , oco , adiantado de
Tanto adiantar que atrasou
A parecer estar no futuro
E nem pelo presente passou.
Outrora existiu um tempo rápido
escapou-se de mim
Fugiu célere e nem sequer
Olhou para trás.
Já passou, está enterrado
Morto no passado
Lá para trás.
Mas eu vivo e sou a sonhar
E guardo para sempre
Esta memória tão fugaz.
Ainda se voltasses,
Conseguisse eu fazer andar
Todo este tempo
Ai se eu fosse capaz!
Eis-me estática, parada
A olhar o nada
A pensar que também
Esse nada não me satisfaz.
Se matar o tempo, mato-me
A mim, nesta espera
Que viva ainda me trás!