26 abril 2012

As Palavras com teu Nome



Guardo aqui neste meu Eu
Um teu Eu que imaginei
Feito de saudade pura
E que já mais nada tem
Um vazio que não sabes
Que me preenche o espaço
Cuja imensidão  eu sei.
Não ouso sequer pronunciar
As palavras com teu nome
 E nesta  solidão que me queima
Escondo  secreto  o sonho
Que  a sós acalentei
Guardo aqui neste meu Eu
Um teu Eu que imaginei.

14 abril 2012

Revolta



Q
ue guerra é esta onde o sangue coagula nas veias
Onde os estômagos encaroçam
E as fartas cabeleiras já não ondulam ao vento
Semearam-se no último vendaval
Em praça pública, quando o vento assobiou
Por entre o barro cozido dos telhados.
Que guerra é esta que assola o meu país?
Onde foi parar o meu berço, a minha matriz?
Morrerei indigente, já não terei nem ouro nem prata
Para ter direito ao lugar último
Morada térrea e justa.
Que guerra é esta que me faz ficar de negra cor
Que me tinge a alma de desamor
Que faz de nós abelhas sem colmeia
Buracos ocos e esconsos, onde não há mel , só dor.
Levantam-se as ondas do rio, lavando o paço,
Pedido a S.Bento que de porta aberta varra todo o vento
E com ele os negros mamíferos que nos sugam
O nosso sangue  retalhado em coágulos.
Onde está o ideário português?
Em que berço nasceram os salvadores da Lusitânia?
Onde se escondem eles, na vermelha fornalha
Cadinho da luta que irromperá algures
E um grito de rebelião está calado, à espera
Que o duro carcinoma seja intervencionado
Para que Portugal seja de novo libertado.
Precisa-se de povo com educação, valores
E esperança.
Só assim se levantará de novo a nação!