31 março 2008

Aves encantadas
























Em cada folha orvalhada
Pousa leve e sempre só
De plumagem colorida
No alto da madrugada
Num canto de alegria
Uma ave encantada

Canta, encanta
Gorjeia,
Num suave pipilar
Ave que traz a magia
A quem a sabe escutar

No alto da madrugada
Em cada ramo de seiva
Pousa leve e sempre só
Numa dança controlada
Com seu delicado bico
Orvalhado pelo canto
Da fresca folha em rebento
Vai bicando com encanto

Solta assim o seu gorjeio
De ave do paraíso
Num suave chilrear
Ave que traz a magia
A quem a sabe escutar.

Em cada folha orvalhada
Pousa leve e sempre só
De plumagem colorida
No alto da madrugada
Num canto de alegria
Uma ave encantada

Canta, encanta
Gorjeia,
Num suave pipilar
Ave que traz a magia
A quem a sabe escutar.
No alto da madrugada
Em cada ramo de seiva
Pousa leve e sempre só
Numa dança controlada
Com seu delicado bico
Orvalhado pelo canto
Da fresca folha em rebento

30 março 2008

Portugal enfrenta crise financeira <>


Portugal enfrenta crise financeira «com confiança»
O primeiro-ministro afirmou, esta quinta-feira, que Portugal enfrenta a turbulência dos mercados financeiros «com a confiança de quem fez aquilo que devia fazer» nos últimos anos, o que permitirá um aumento do crescimento económico em 2008.
O filósofo irlandês George Berkeley, há uns séculos atrás, afirmou que um objecto só existe se houver a percepção desse mesmo objecto. Ou seja, nós próprios só existimos porque fazemos parte da percepção de outros ou da nossa própria mente.
Visto que a existência das coisas depende directamente da percepção que temos delas, para que se transformem existe apenas um caminho: a transformação da percepção.
Os politicos são peritos na transformação da percepção. No entanto, ninguém consegue transformar a percepção de todos em simultâneo.
O que resulta no facto de que um politico é apenas uma criatura ligeiramente mais avançada que um cão de guarda:
A semelhança entre um político e um cão de guarda consiste na capacidade que ambos têm para ladrar num determinado sector restrito do espaço;
A diferença é que um cão de guarda não consegue adivinhar qual o sector correcto para onde ladrar, e o politico consegue;
A semelhança entre um político e o português comum é que ambos tentam criar uma miragem que os outros possam tomar como realidade;
A diferença entre um político e o português comum é que o político acredita que essa miragem é realidade.
Nota: Ideias baseadas na obra "The sacred book of the werewolf" de Victor Pelevin

18 março 2008

Petição a favor da aprovação pela Assembleia da República de uma moção que condene a Violação dos Direitos Humanos e da Liberdade Política e Religiosa no Tibete Petition

Petição a favor da aprovação pela Assembleia da República de uma moção que condene a Violação dos Direitos Humanos e da Liberdade Política e Religiosa no Tibete Petition

Petição a favor da aprovação pela Assembleia da República de uma moção que condene a Violação dos Direitos Humanos e da Liberdade Política e Religiosa

Invadido pela República Popular da China em 1949, o Tibete tem vindo a sofrer a perda de vidas, liberdades e direitos humanos, num autêntico genocídio cultural e étnico. Em Março de 1959, uma revolta contra a ocupação chinesa foi esmagada e S.S. o Dalai Lama viu-se obrigado a deixar o seu país, encontrando exílio na vizinha Índia, onde chefia hoje o Governo Tibetano no exílio. Foi seguido por cerca de 80.000 tibetanos. Como resultado da ocupação chinesa, morreram mais de um milhão de Tibetanos: um sexto da população. Os Tibetanos, devido ao contínuo afluxo de imigrantes Chineses, são actualmente uma minoria no seu próprio país Os Tibetanos são frequentemente presos e torturados de forma arbitrária devido à sua prática religiosa ou a qualquer espécie de demonstração/resistência contra a ocupação chinesa. Toda a actividade política, qualquer iniciativa a favor dos Direitos Humanos, ainda que pacífica, é considerada como o mais grave dos crimes e é punida com penas que vão até à prisão perpétua ou mesmo a morte. Os Tibetanos são desta forma condenados por possuir uma fotografia do Dalai Lama, segurar a bandeira nacional tibetana e gritar “Tibete Livre” em manifestações pacíficas, colar cartazes, traduzir para Tibetano e divulgar a Declaração Universal dos Direitos Humanos ou, simplesmente, falar da situação dos direitos humanos no Tibete com turistas ou jornalistas estrangeiros. Mais de 6.000 mosteiros foram demolidos e 80% dos Tibetanos que vivem no Tibete são analfabetos. Devido à discriminação de que são alvo têm um reduzido acesso quer à educação, quer aos cuidados de saúde. O ecosistema do planalto tibetano tem vindo a ser devastado pelo Governo chinês e o “tecto do mundo” é hoje palco da produção de armas nucleares, factor de risco para todo o planeta. Por todos estes motivos, e tendo em conta que nos Princípios fundamentais da Constituição Portuguesa (artigo 7, 2-3) se estabelece que “Portugal reconhece o direito dos povos à autodeterminação e independência” e “preconiza a abolição do imperialismo, do colonialismo e de quaisquer outras formas de agressão, domínio e exploração nas relações entre os povos”, os subscritores desta Petição dirigem-se à Assembleia da República pedindo que seja aprovada uma moção que condene a Violação dos Direitos Humanos e da Liberdade Política e Religiosa no Tibete. SONGTSEN – CASA DA CULTURA DO TIBETE / UNIÃO BUDISTA PORTUGUESA

16 março 2008

Além do Horizonte.....: Ho'oponopono

Além do Horizonte.....: Ho'oponopono

Além do Horizonte.....: Ho'oponopono

Além do Horizonte.....: Ho'oponopono

Teia de Aranha


Foto:Ricardo Costa

As tuas mãos
São
Aranhas, tecendo
Fios de seda
Entre neurónios
Sinapses
Circuitos
Libertas
Quando me tocas
Assim.
Em fios condutores
Brilhantes ao sol
Teia central
Convergente
Cratera de vulcão
Ardente
Ferrão
Cravado na pele
Pulsátil e
Dormente.

Onde está o meu violino?



Onde está o meu violino, aquele que chora
Sem cordas ?
Já não conheço as mãos que o tocam.
Partiram-se um dia
Naquele recanto
Onde o canto cessou
Ficaram os olhos mudos
Em cima de altares
Sacrificados ao tempo
Os murmúrios dançam agora
Em águas bentas, paradas
Sem mãos que as toquem
O silêncio abateu-se
Como folhas secas
E um frio sepulcral invadiu-me
No silêncio, do meu violino
Sem cordas.

Talvez um dia, talvez.
Lhe coloque novas cordas.
Talvez o faça vibrar.
Arrancar o choro
Que deixou em mim.
E os altares voltem de novo
A florir….

Por agora
quebrou
partiu.
Sem som
com raiva
sem luz
meu pedaço de
madeira
oca
sem coração.
Sem corda
à deriva.

11 março 2008

Diário de um cão





Reflexão : Imaginemos que Deus nos tratasse como tratamos os animais ! Como estaria sendo tratado agora?

Um texto que li algures e me comoveu, (desconheço a autoria) e deixo aqui como uma denúncia...em tempo pascal.
Para a Igreja Católica, quem destrói o meio ambiente "comete um pecado grave", já que a prática é "um insulto a Deus". É assim que o presidente do Pontifício Conselho de Justiça e Paz, o cardeal Renato Raffaele Martino, pensa quando afirma que "atirar um saco de lixo na rua é um pecado repugnante, mas quem destrói a Amazônia comete um pecado grave".
Segundo ele, no Catecismo da Igreja Católica pode-se ler que "a terra e seus bens são uma dádiva que podemos usar, melhorar, mas não destruir"...consequentemente , nós que fazemos parte deste fantástisco planeta azul temos toda e qualquer responsabilidade para com os nossos irmãos, sejam eles quais forem.




  • A proteção aos animais faz parte da moral e da cultura dos povos" dizia Victor Hugo



Diário de um cão:
1ª semana - Hoje completei uma semana de vida. Que alegria ter chegado a este mundo ! 1 mês - A Minha mãe cuida muito bem de mim. É uma mãe exemplar !


2 meses - Hoje separaram-me da minha mãe. Ela estava muito irrequieta e com seu olhar, disse-me adeus. Espero que a minha nova "familia humana" cuide tão bem de mim como ela o fez.


4 meses - Cresci rápido; tudo me chama a atenção. Há várias crianças na casa e para mim são como " irmãozinhos ". Somos muito brincalhões, eles puxam-me o rabo e eu mordo-os na brincadeira.


5 meses - Hoje ralharam comigo. A minha dona ficou incomodada porque fiz xixi dentro de casa. Mas nunca me haviam ensinado onde deveria faze-lo. Além do que, durmo no hall de entrada. Não deu para aguentar!


8 meses - Sou um cão feliz! Tenho o calor de um lar, sinto-me tão seguro, tão protegido... Acho que a minha "familia humana" me ama. O pátio é todinho para mim e, às vezes excedo-me, cavando na terra como meus antepassados, os lobos quando escondiam a comida. Nunca me educam. Deve ser correcto tudo o que faço!


12 meses - Hoje completo um ano. Sou um cão adulto, os meus donos dizem que cresci mais do que eles esperavam. Que orgulho devem ter de mim !


13 meses - Hoje acorrentaram-me e fiquei quase sem poder movimentar-me até onde tem um raio de sol ou quando quero alguma sombra. Dizem que vão observar-me e que sou um ingrato. Não compreendo nada do que estão a acontecer.


15 meses - Já nada é igual... moro na varanda. Sinto-me muito só, a minha familia já não me quer! Às vezes esquecem-se que tenho fome e sede. Quando chove, não tenho tecto que me abrigue...


16 meses - Hoje tiraram-me da varanda. Estou certo de que a minha familia me perdoou. Eu fiquei tão contente que pulava com gosto.O meu rabo parecia um ventilador. Além disso, vão levar-me a passear!!! Dirigimo-nos para a auto-estrada e de repente, pararam o automóvel. Abriram a porta e eu desci feliz, pensando que passaríamos o nosso dia no campo. Não compreendo porque fecharam a porta e se foram. "Ouçam,esperem!" - Lati - ....esqueceram-se de mim... Corri atrás do carro com todas as minhas forças. A minha angústia crescia ao perceber que quase perdia o fôlego e eles não paravam. Haviam me esquecido!


17 meses - Procurei em vão achar o caminho de volta ao lar. Estou só e sinto-me perdido! No meu caminho existem pessoas de bom coração que me olham com tristeza e me dão algum alimento. Eu agradeço-lhes com o meu olhar, desde o fundo da minha alma. Eu gostaria que me adoptassem: seria leal como ninguém! Mas apenas dizem: "pobre cãozinho, deve ter-se perdido."


18 meses - Um dia destes, passei perto de uma escola e vi muitas crianças e jovens como os meus "irmãozinhos" aproximei-me e um grupo deles, rindo, atirou-me uma chuva de pedras "para ver quem tinha melhor pontaria". Uma dessas pedras, feriu-me o olho e desde então, não vejo com ele.


19 meses - Parece mentira. Quando estava mais bonito, tinham compaixão de mim. Já estou muito fraco, o meu aspecto mudou. Perdi o meu olho e as pessoas mostram-me a vassoura quando pretendo deitar-me numa pequena sombra.


20 meses - Quase não posso mexer-me! Hoje ao tentar atravessar a rua por onde passam os carros, um acertou-me! Eu estava no lugar seguro chamado "passeio", mas nunca esquecerei o olhar de satisfação do condutor, que até se vangloriou por acertar-me. Oxalá me tivesse matado! Mas só me deslocou as patas traseiras! A dor e terrivel! As Minhas patas traseiras não me obedecem e com dificuldade arrastei-me até a relva, na beira do caminho. Faz dez dias que estou embaixo do sol, da chuva, do frio, sem comer. Já não posso mexer-me. A dor é insuportável.


Sinto-me muito mal, fiquei num lugar húmido e parece que até o meu pelo está a cair... Algumas pessoas passam e nem me vêem; outras dizem: "não te chegues perto". Já estou quase inconsciente; mas alguma força estranha me faz abrir os olhos. A doçura de sua voz fez-me reagir. "Pobre cãozinho, olha como te deixaram", dizia - com ela estava um senhor de avental branco, começou a tocar-me e disse: "Sinto muito senhora, mas este cão já não tem remédio. É melhor que pare de sofrer". A gentil senhora, com as lágrimas rolando pelo rosto concordou. Como pude, mexi o rabo e olhei-a, agradecendo-lhe que me ajudasse a descansar. Sómente senti a picada da injecção e dormi para sempre, pensando no porquê que tive que nascer se ninguém me queria...

10 março 2008

Pink Floyd - Comfortably Numb




Na orla do tempo, o amor o imenso absoluto das palavras
Rendilhado em verde matizado de azul céu
Surge do teu verbo em passes de mágica
Derrubando muros de pedra solta
Abrindo caminho, na inquietude do espaço
Chegamos a um tempo novo
Sorvendo gulosamente o aroma dos lilases
O perfume dos jasmins em flor
Rumamos juntos até ao oceano
Com perfume de brisas dançando
E assim continuamos de mãos dadas
Letra e palavra.
a sonhar.

Páscoa - Tempo de Redenção!



Obrigada Senhor, pelo caminho que escolheste para mim !
Felizes os que acreditam, que tem fé, pois só a Fé move montanhas.
A Fé e o Amor, pois ainda que fale a linguagem dos homens e dos anjos, ainda que tenha o dom de profetizar, ainda que saiba todos os mistérios do universo...
Sem amor nada serei!

09 março 2008

O que é um escritor Maldito




Para mim um escritor maldito é:
a) O que escreve mal. Logo e com mais propriedade lhe devíamos chamar escritor melescrito. Mas escrever mal tem vários sentidos. Pode ser, por exemplo, escrever em demais, isto é, com punhos de renda, prosa muito burilada, versos esotéricos, academismos de uma figa. O principal é que ele escreva como quer e seja parecido com o que escreve. Escrita exacta, única, original, a expressão duma personalidade, o panorama duma vida. É isto tão dificil entre nós, que poucamente e a medo, envergonhado das minhas faltas de informação, de perspectiva humana (só uma vez sai a fronteira e foi por quinze dias), me declaro como escriba.Durante anos e anos não publiquei nada meu, publicando outros, que considerava e considero ainda com muito mais talento do que eu (exemplo: o Cesariny, o Manuel de Lima). Se há coisa que me encha de cagança é essa minha actividade de Editor, a qual excede de longe a de um Autor e lanço daqui um desafio: não pode haver nenhuma bibliotecazinha decente que não tenha lá um livro editado por mim - poesia ou teatro, cinema, ficção, ensaio.
b) O escritor dos domingos. Somos os escritores ou escribas (no meu caso) profissionais em Portugal? Dois, três? Ferreira de Castro, Mário Domingues e... O conselho mais prudente é a segunda (que ideia! a primeira) profissão, a que rende. Depois, ao serão, nos fins- de- semana, com o tempo roubado ao repouso e ao sono, ir escrevinhando. O que acontece, numa sociedade em que tudo tende cada vez mais a especializar-se, tarefas concretas que exigem preparação intensa e uma informação atenta e uma actualização permanente. Piada...nunca ouvi ninguém aconselhar um médico a que se empregassenum escritório e praticasse clínica, estudasse só nas horas vagas... a mim mo têm dito de mil maneiras, com extremos de ternura ou agressivas indigna~ções. Posso falar? os livros que há para ler, o esforço de construção literária é tão empolgante que não se pode pensar em mais nada. Ler, escrever, cair de borco na cama, arrasado. Contactar com pessoas, terras. Fazer experiências do diacho, nem todas agradáveis. Emperrar a certa altura e não saber como resolver problemas de ordem técnica. Sentir a alegria fecunda de uma ideia, de uma frase a germinar, dum título a preceito. Encontrar de súbito dúvidas resolvidas com uma leitura casual (aconteceu-me a semana passada com o Nemésio). Ter a noção de uma herarquia de valores na qual nos inscrevemos e saber admirar, dom inapreciável porque assim se aprende. Ler muito e de tudo. Como é que querem par ao escritor ou o escriba um emprego? Ou caímos naquela do Simões: Tenho tanto que escrever e não tenho tempo para ler.
c) Os vendilhões. E estes são duas ou mais espécies: os jornalistas e os publicitários. A classe de jornalista é das mais nobres, todos o sabemos. Em Portugal se exerce também como se sabe. O que me mete horror e já por lá passei - Jesu! Jesu!Jesu!...é que o jornalista, na sua rotina, é obrigado a escrver patacoadas anóninas, a a empregar chavões, a exercitar as faculdades no que nada lhe interessa. Não que venda a consciência, mas sim (pelo menos) tempo ganhando em virtuosismo artesanl ( a muita apregoada facilidade de escrever dos jornalistas) o que perde em candura lidando com matéria difíl - as palavras, senhoras donas nossas - de que o uso imoderado corrompe a força e a frescura, a novidade. O publicitário, com a direita agitando o slogan idiota e com a canhota fazendo odes à Catarina Eufémia, deixem-me rir! E nem digo mais nada.

Eis , em breve exemplo, o que é para mim um escritor maldito. E a eles e aos que por simpatia ou querendo sangrar-me em vida, me chamam maldito nas barbas ou nas costas, daqui grito sem ira nenhuma ou rancor, como saudação amigável:
Raios os partam!

in "memorando, mirabolando", Luiz Pacheco, ed. Contraponto, 1995.

Redond/ilha



Meu amor, de madrugada,
quando te perdes me perco;
quando a vida está calada
entre os braços que te cerco
renasce o lume, e alumia,
faz-se unidade uma idade
em que é noite e paira o dia
em memória sem vontade.

E assim se treme e se trama
a teia do que nos falta:
cada lugar minha cama,
cada cama é lua alta.

E de repente aparece
um silencio entretecido
em que já nada apetece.
Em que tudo tem sentido.

(Pedro Tamen)

07 março 2008

Um dia nasceu Inês




Um dia nasceu Inês
A menina dos meus olhos

Poema perfeito
Escrito em céu de primavera
Em branca folha da vida
Em papel rosa-quimera

em palco de sinfonia
Pele macia, acetinada
Ainda sem o sol te beijar
Correm nas tuas veias
Rios azuis de encantar

Um dia nasceu Inês
A menina dos meus olhos
Pedaço róseo de mim
Alma envolta em
Brancas névoas
Com textura de cetim
Entre rendas e cobertas

Cabelos longos ao vento
Olhando as águas cristalinas
Descem as fadas do bosque
Adormecendo meninas


Dedos longos de marfim
Rios azuis de encantar
Riso de aguas correndo
Na cascata a saltitar
Murmuram nas
Suas margens
Ao verem passar Inês
um tempo de primavera.

06 março 2008

Meravigliosa creatura....



A porta da gaiola está aberta.....pode entrar ..tem alpista e água fresca.Sirva-se!
P.S.
Prometo que se entrar não o fecho aqui dentro!

Iniciação



Posso ouvir
Através do voo lento
Grandes pássaros que
Murmuram sussurros
Oráculos estranhos
Na encruzilhada

O caminho acaba
Ali
Perante um trono de luz
Druídas dançam
No tempo
Coroados
Deixando entrever
O fim do reinado
De tiaras e coroas
Ao pé da árvore
Dos 4 rios.
Alfa e Omega
Iniciam
O poder
Do verbo.

04 março 2008

Pisa papéis




Em cima da minha mesa
Existe um pisa papeis,
Uma bola colorida
Cheio de encanto e magia
Que prendia com seu peso
Tudo quanto eu escrevia.
Ao lado existia ainda
Uma moldura dourada
De onde me sorris Mãe
Quando estou assim cismada
Mais ao lado , junto a ti
Um pequeno livro azul
A cartilha maternal
Que guardo ainda hoje
Com afecto filial.
A porta abriu-se, e sorriu
Quem ma deu naquele dia
Em que menina ainda
Sentia tanta alegria
De ter pai, ter mãe
Uma família de amor.
Hoje passado o tempo
Sozinha neste caminho
Apenas guardo as memórias
Dentro deste pedacinho
De palavras e saudade
De um tempo que foi passando
Chamado de mocidade.
O pisa papéis aqui fica
Para que um dia assim,
Também meu filhos
Me prendam
Numa bola de magia
E conservem na memória
A cartilha maternal
As lições de uma vida
Com muitas páginas lidas
Outras tantas já escritas
Cheias de amor e carinho
Entre duas gerações.
Ser filha, mãe e mulher
E segurar nos meus braços
A saudade, o riso, a dor
E o pisa papéis, ali
Com olhar inquisidor.
Apenas o teu retrato
Paradigma do
Amor