06 junho 2012

Madrugadas

 

Escorregando a seda tecida de sonho
Madrugada fora, seduzida pela luz
Macio pedaço de calor
Amornando a fantasia
Sequiosa sentindo pele com pele
Fios de alma dançando nos cabelos
Espraia-se devagar na alvura do tecido
Imensa trama coberta de poeira láctea
E rola em jeito de rotação no espaço sideral
E toca-se como se fora som, quimera , ilusão
Corpo feito pêndulo, oscilando na sombra
Brilho que escorrega lento
A calma, a bênção, o pão, alimento
No alto da nota só, nasce o astro
Queima incenso, quebra a pétala
Macio e denso objecto, enroscado em si
Em só, fechado em mim , em ti, em dó
Mágica clave, pauta fechada
Fim de madrugada.

1 comentário:

Álvaro Lins disse...

E princípio do dia:)!
Talvez valha a pena, ou talvez não:)
Bjo