20 fevereiro 2008

Menino Pastor


Créditos da imagem: www.fotodependente.com/img3890.htm

Para ti que um dia tornaste possível o sonho do menino pastor
Com o desejo que, o caminho escuro que vais trilhar seja um pequeno atalho,
e que encontres depressa o amanhã com luz brilhante de esperança,
Que Deus te guarde e te traga de volta a olhar de novo mil oceanos de verde e azul, na foz do rio de ouro e nas velhas canoas que tu tanto gostas.



Era uma vez um menino pastor.
Guardava cabras e ovelhas
Andava pelas cercanias da serra
Na companhia de ventos e das chuvas.
Não conhecia o mar
Apenas o azul imenso do céu.
Um dia chegaram gentes estranhas à aldeia
O menino pastor nunca tinha visto nada assim.
Traziam atrás de si , estranhas máquinas
Como se fosse espelhos onde se podia rever
De olhos vivos e curiosos olhavam ele, e os seus 3 cães
estes abanando as caudas, ladrando com desconfiança.
Medo do desconhecido, o do menino!
Prometerem-lhe tais gentes estranhas ver o mar.
O seu sonho era mesmo ver o mar
E , numa alegre manhã, partiu
conduzindo pela mão segura do seu pai
Em direcção ao distante oeste
Terras de mar sem fim.
Emudeceu de espanto
Perante beleza tamanha
Depois de tanto caminhar
Tanto olhar perdido
Sem saber onde poisar
Pediu ao pai que o ensinasse a ver
A compreender
Porque existia a serra e o mar
Mas, também o pai não sabia
Explicar a beleza do infinito
O azul era diferente
O verde não era verde
Também ele tinha crescido nas fragas enevoadas da serra
Por entre o estio do verão e as águas geladas do Inverno
Aquela era uma paisagem desconhecida
Sentados os dois na areia, de mão dada
Perdidos no mundo
Mas juntos no espanto
E na inocência
Do infinito que os juntou
Ali, naquele pedaço de areia

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