01 junho 2008

Encontros e desencontros



Sossega, coração! Não desesperes!
Talvez um dia, para além dos dias,
Encontres o que queres porque o queres.
Então, livre de falsas nostalgias,
Atingirás a perfeição de seres.

Mas pobre sonho o que só quer não tê-lo!
Pobre esperença a de existir somente!
Como quem passa a mão pelo cabelo
E em si mesmo se sente diferente,
Como faz mal ao sonho o concebê-lo!

Sossega, coração, contudo! Dorme!
O sossego não quer razão nem causa.
Quer só a noite plácida e enorme,
A grande, universal, solente pausa
Antes que tudo em tudo se transforme.

Fernando Pessoa, 2-8-1933.

2 comentários:

kakauzinha disse...

Querida Arroba,

Que lindo poema! Mas enfim, sendo de quem é só podia mesmo ser Belo.

Nós não existimos apenas como matéria, somos muito mais do que isso, somos uma alma que tem uma missão a cumprir em mais uma passagem. Os sonhos levam-nos para um caminho melhor, ajudam-nos a secar lágrimas e tristezas.

Por vezes sinto-me uma Isabeau, não somente pelo francês do nome como pela minha história com o meu Zahir. Apenas tivemos breves instantes que ainda não se concretizaram em fisicamente para sempre, apenas nas nossas almas.

Beijinhos muito azuis****

**Viver a Alma** disse...

Salvé!

"A GRANDE UNIVERSAL E SOLENE PAUSA"

"SOSSEGAR O CORAÇÂO"!!

O recado foi dado!
Autor: Fernando em Pessoa!

ESPAVO! - reconhecendo a Luz que h´+a em si" - olá e adeus - como em MU"

Mariz