07 julho 2008

Paraísos perdios


Foto:JanaVieiras


Encostei-me à porta acabada de fechar, deixei-me escorregar, lentamente até me sentar no chão; com as costas apoiadas na madeira de carvalho carcomida pelo caruncho, minúsculos buracos ocultos em camadas de cera pacientemente aplicadas ao longo do tempo .Como eu gostava de sentir aquele cheiro, misturado com memórias da tua colónia discreta.O silêncio era forte, violava os meus sentidos, anteriormente despertos e expectantes.Agora só mesmo querendo esquecer, que a roda do tempo tudo tritura inexoravelmente.
Cerrei os olhos, pensando que tinha sido uma miragem. Não !Não tinhas estado comigo na noite de lua cheia, aliás nem eu já acreditava na existência da lua.
O silêncio invadiu o espaço, voltei para dentro de mim, procurando-te incessantemente num paraíso que adivinhava perdido.
Nunca voltaste! A porta continuou cerrada e eu....
Bem eu....fui condenada a prisão perpétua!

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