26 agosto 2009

O infinito da pequenez

Sentir a água que escorre
Da vieira marmoreada
Ter ainda
Alma de fada.

Sobretudo acreditar
Em pedaços de lua
Farrapos de luar
Cavalos de pau
Que nos faziam sonhar
Brincar
Com as tranças da liana
Doce balouçar

Bonecas de olhar azul
Mudas, quedas de espanto
Magia que transforma
A brincadeira em encanto.

Pequenos seres
Que deixámos de ser
Olhando os gigantes
Passeando-se
Na floresta de diamantes

Flores vermelhas
Na toalha de mesa
Estilhaços da nossa tristeza

Infância distante
Onde tudo eu via
Sempre tão gigante
E eu, tão pequena
Mas acreditando
Nesta pequenez
Infinita e pura
Mal sabendo eu
Que Vida tão dura!

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