Abri a janela azul, aquela janela que dá para ver o mundo inteiro.
Tu sabes qual é...
Abri aquela janela ali mesmo ao fundo, na sala onde está o sofá velhinho, moldado pelo peso dos nossos corpos.
Abri a janela azul e entrou de rompante um estranho pássaro azul, de bico amarelo...
Entregou-me um livro de capa creme.
Falava de campos azuis, névoas matinais, maresias coloridas.
Falava de sóis de dióspiro caindo de mansinho na linha do horizonte.
Já não sei se o pássaro de bico amarelo se enganou ao entrar na minha janela azul.
Afinal também se enganam no voo os pássaros!
Porque, o pássaro de bico amarelo não trazia a indicação do remetente, nem aviso de recepção!
Seria um pássaro verde?...
Seria mesmo um pássaro de bico amarelo?
Mas não era madrugada.
E o sol de dióspiro estava lá... poisado no horizonte...
da minha janela azul.