18 agosto 2008

Luas



Ontem existia uma lua branca, gigante a furar um céu em tons de azul ultramarino .
Por cima do caminho, junto ao bosque, o vento fazia dançar nos galhos despidos, raios de luz em tons de prata . Eram muitos os véus transparentes que me impediam de avançar.
Sacudi as teias de luz que teimosas, ameaçavam colar-se no meu rosto, assim a fazer lembrar algodão doce., para além disso, nada mais se movia.
E eu ali adormecida na curva do caminho, esperando que a lua envelhecesse, tomasse aquele tom amarelado, que hoje aparenta ter – não ser mais uma lua cheia – apenas para que o tempo transformasse o presente e tudo pudesse sentir-se com desprendimento como se fosse mais além, no futuro próximo.
Mas, só quando a lua estiver mesmo em tons de sépia! Até então, tenho a ilusão de que me embriago no infinito, sonhando com uma lua gigantesca , apenas suave , sem feitiço algum. Lua mansa, iluminando o sono inocente das crianças, o beijo terno dos amantes.
Nunca mais a guerra terá a Lua a iluminar a tortura! Cada raio de luz será amarelo em tons de sol que matará o ódio e a ganância dos homens – porque já perderam o direito a uma Lua Cheia com brilho de prata.

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