19 agosto 2008

Sem palavras...

Enquanto passas os teus dias, perdido na revolta do que não disseste, repensando noites de inferno por tudo aquilo que não fizeste, eu vou mordendo as palavras que todos os dias me consomem.
Em cada momento invento e queimo as malditas, diluídas em fel que sorvo devagar..
No fim de cada madrugada, entre véus de agonia imensa, vomito em torrente, memórias entranhadas que me possuem.
Violento-me livremente, sempre que te sinto fugir chamo-te em voz surda, sem que me possas ouvir.
Esta sede intensa que me condena a uma longa noite sem alvorada, sem ver nascer o sol, chegará um dia ao cais.
Finalmente, a paz dormirá no silêncio do vazio, já que não me consigo transformar em grito de liberdade e, poder assim arrancar-te das grilhetas em que vives.
Que a asa do esquecimento nos envolva e possamos , enfim, repousar, sem mais palavras.

1 comentário:

Anónimo disse...

Mais um post magnífico.
Sabe bem ler uma alma que escreve com tanta beleza.
tonecaspintassigo