05 janeiro 2010

Pobre Louco

Tanto tempo, quando se nasce
Uma infinidade de dias.
Para depois transformar
Em tantas horas vazias.

Queixas-te assim,
Amargo e revoltado?
Pobre louco, não vês tu
Que o tesouro da vida
Dia a dia o tens estafado!

Lembras-te de ontem?
De quando recusaste rir
Sentir, que estavas vivo?
De que te serve esse corpo
Que te transforma em mendigo.

Andas no mundo a pedir
Disfarçado de mortal
Não esqueças o destino
Fadado de ideal.

Dá-me a tua alma
Entrega o teu corpo
é dando que se recebe
E um dia,
dos muitos que perdeste
Sentirás que foi tão pouco.
Perceberás então
a vida passou
E tu não a viveste.
Pobre louco!

4 comentários:

VALTER FIGUEIRA disse...

legal...
adorei passar por aqui
um abraço
Valter

Graça Pereira disse...

Adorei este poema...dedicado ao tempo, ao ano...completamente diferente e, por isso, mais saboroso!
Parabens!

Petrarca disse...

Outro belo poema.
E quem nunca desperdiçou tempo na vida? E quem nunca desperdiçou a vida no tempo? Sob esse ponto de vista todos temos um pouco de loucos. Passamos parte da vida a olhar só para a frente. Até que um dia resolvemos olhar para trás e normalmente temos uma desilusão. Já perdemos muito tempo. É a partir desse momento que podemos dar sentido à vida que ainda temos para viver.
(Sei lá se é assim! O homem é o único animal que tropeça duas vezes na mesma pedra.)

Vanuza Pantaleão disse...

"Pobre de mim,
Fumei a vida..."

Acho que Pessoa já dizia isso, mas que nada! Ele não a desperdiçou e nos deixou uma das mais extraordinárias Obras Poéticas de todos os tempos.

Amei seu espaço, Arroba!
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Um ótimo 2010!!Bjsss