Tanto tempo, quando se nasce
Uma infinidade de dias.
Para depois transformar
Em tantas horas vazias.
Queixas-te assim,
Amargo e revoltado?
Pobre louco, não vês tu
Que o tesouro da vida
Dia a dia o tens estafado!
Lembras-te de ontem?
De quando recusaste rir
Sentir, que estavas vivo?
De que te serve esse corpo
Que te transforma em mendigo.
Andas no mundo a pedir
Disfarçado de mortal
Não esqueças o destino
Fadado de ideal.
Dá-me a tua alma
Entrega o teu corpo
é dando que se recebe
E um dia,
dos muitos que perdeste
Sentirás que foi tão pouco.
Perceberás então
a vida passou
E tu não a viveste.
Pobre louco!
4 comentários:
legal...
adorei passar por aqui
um abraço
Valter
Adorei este poema...dedicado ao tempo, ao ano...completamente diferente e, por isso, mais saboroso!
Parabens!
Outro belo poema.
E quem nunca desperdiçou tempo na vida? E quem nunca desperdiçou a vida no tempo? Sob esse ponto de vista todos temos um pouco de loucos. Passamos parte da vida a olhar só para a frente. Até que um dia resolvemos olhar para trás e normalmente temos uma desilusão. Já perdemos muito tempo. É a partir desse momento que podemos dar sentido à vida que ainda temos para viver.
(Sei lá se é assim! O homem é o único animal que tropeça duas vezes na mesma pedra.)
"Pobre de mim,
Fumei a vida..."
Acho que Pessoa já dizia isso, mas que nada! Ele não a desperdiçou e nos deixou uma das mais extraordinárias Obras Poéticas de todos os tempos.
Amei seu espaço, Arroba!
Amei seu comentário!
Um ótimo 2010!!Bjsss
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