24 janeiro 2011

Diabólico


Dido observando Eneias a partir, Pintura a óleo de autor desconhecido
Descubro afinal que nada tenho de meu
A não ser esta dor fina que me faz sentir viva
Esta estranha louca à deriva
Este não meu sentir o teu
E depois?
Depois sonho ainda, com o gosto da tua boca
Em passo lento sonho
O toque da tua mão
Que me faz soltar a voz rouca
em momento de paixão
E semicerro o olhar, já de si tão quebrantado
Senhora sou de destinos vácuos
Simulacros
Corcéis alados
Anjos diabólicos.
Pactos escaldantes
Sinos, campainhas
Estas vozes rutilantes
Eternos peregrinos
Loucos amantes

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