18 janeiro 2011

Tempestade

Sempre presente esta dor
insólita mistura ondulante
recordação poente
Misto de prazer evocado
em corpo perdido de amante

Um latejar latente
Uma solidão que invade
Na linha do horizonte
Avança sobre mim como a noite
Cai sobre o vasto poente
E não há estrela a brilhar
Que consiga por um instante
Essa memória apagar.
Obsessão surda que me possuí
Sem saber para onde ir.
Espero dia após dia
Que o tempo apague e me cale
Este delirio febril.
São assim as minhas noites
Toldadas e decadentes
Braseiro a arder na bruma
Ondas e ondas ao longe
vagas de mar sem espuma.

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