Deixei-te à pouco, entre fios delgados de saudade, à mistura com a chuva
A única que me toca com piedade.
Entre mim e aquele sem-abrigo ali deitado, na escadaria esfarrapado,
pouca diferença haverá, ambos perdemos a alma , ambos a viver a vida
Por detrás do arame farpado.
Que perdoem os que estiveram lá, no campo de concentração,
Algures um qualquer sitio degredado
Há por detrás das grades muito mais ânsia de liberdade quando o espírito voa
Mesmo desalmado
Do que estando eu em campo livre, aberto, cheio de sol ou luar,
Mas não conseguindo despir esta tristeza que me aprisiona
E me conduz a este fado, a este meu infinito pesar.
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