São todas as palavras
do mundo
Âncoras que nos
seguram à vida.
Para lá do tempo não existem as palavras
E não existe mundo sem tempo
E no tempo construo embarcações
Onde guardo todas as palavras do mundo.
Ardem as palavras quando presas dentro de nós
E forjam-se umas tantas, outras não
Revoltam-se e reviram-se e soltam-se
Vão com a maré , afundam-se
Afundam-nos.
Difundem-nos.
São as palavras do mundo
Âncoras que nos suportam
Navegando contra o silêncio,
E esta corrente que fica, este tingir
De marca d’agua com palavras,
âncoras que seguram o pensamento
E não o deixa naufragar.
Maria João Nunes
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