Gaivotas são espuma branca, pedaços de um sentir
Parte de um mar tamanho que se cansou de bramir
E por cima da espuma branca há um manto azul celeste
Tanta mansidão no olhar tanta paz, tanto mar.
É noite de lua cheia, noite de tantos desejos
que nos fazem desejar,
que nos fazem desejar,
E tanta água, feita de
luzidia prata, tanto brilho acetinado
Polvilhado de gaivotas como se fora um bordado.
Ao longe, na escura costa distante, brilha o farol em cor de ouro desenhado
A iluminar as rotas do pescador e do peregrino
E eu navegando no meu
sonho, por cima da espuma branca
Seguindo os astros no
céu, olhando a lua a crescer
Iluminando as gaivotas neste
lento entardecer.
E o luar furtivo avança, como se fora alma da noite
Trazendo consigo a
sombra que há tanto me persegue
Ou persigo-a eu a ela, num jogo de cabra-cega
Como se fora sol e lua que nunca se encontrarão
Ambos sem rota marcada, sem praia para aportar
Apenas a espuma branca, gaivota ou onda do mar
A cruzarem oceanos
E a minha alma peregrina
a querer também voar.
Maria João Nunes ( Inédito)
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