22 abril 2009

As palavras de que não gosto

As palavras que não gosto
Cansam-me e esmorecem-me
Ódio, raiva e vingança
Sentimentos que entristecem
E , fico triste a pensar
Que é bem mais fácil odiar
Do que sentir em si próprio
Capacidade para amar.
Cansa-me o pousio , a rotina
Do egoísmo
A quem trás satisfação?
Incapacidade de dar
De estender a própria mão.
Medo da própria sombra
Que surge avultada e medonha
Sufocando-se em si própria
Como bicho peçonhento
Que nos transforma
Num ser medíocre e cinzento.
Cansa assim tudo na vida
Sem cor, sem verde a agitar
Bandeiras.
Corpos cheios de fragas
Sempre a interpor barreiras
E surgem as palavras
Em pústulas acobardadas
Com grilhetas amordaçadas
No perdão
Na dádiva
No sentir
Rios frescos, clareiras abertas
Onde a alma espera
Renascer intrínseca
E genuína.

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