11 abril 2009

O Brilho das Estrelas


óleo sobre tela, de Adolphe William BOUGUEREAU (1825 - 1905)

L' ÉTOILE PERDUE

Parece tão simples olhar o céu
Basta erguer a cabeça e vê-lo
Ali, como que pousado
Sobre nós
Mil estrelas que brilham
E já não existem, sequer!
Porque brilham ainda?
Porque as vejo eu,
se já morreram?

Levam-me a duvidar
Se, também eu existo
Nesta espécie de realidade
Que insisto em criar.
Talvez eu seja como as estrelas
Perdendo, a cada dia que passa
O brilho da minha “existência”
E tu,?
Já paraste para pensar?
Será que o teu brilho chega a mim?
Seremos duas estrelas candentes
Apenas existindo no desejo
Formulado,
Por outro alguém que deseja
Existir realmente
Mesmo não sabendo
O que significa
A realidade.
Apenas pensamos
Antes de pensar
E existimos
Depois de sermos
Num caminhar acelerado
Diminuindo á vida
A morte.
Como o brilho das estrelas.

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