10 julho 2009

Ectoplasma ....

Descobri-te ansiosamente
Entre olhares mudos
Olhares de silêncio
Corri para ti e abri-te
Rèptilmente

Ondulei no teu corpo
Sem som , lentamente
Com as palavras despidas
Construi-te na mente

A sós
Comigo mesma
De punhos cerrados
Doridos, magoados
Gritando inutilmente

Apenas o som vazio
De uma forma pungente
Um deserto a arder
Imenso.....
Tecendo oásis
Entre a poeira do tempo
As palavras incendiaram-me
E a sós, exorcizei assim
mais um tormento.

10-07-2009

1 comentário:

HomemSemSombra disse...

Faz-se luz

Faz-se luz pelo processo
de eliminação de sombras
Ora as sombras existem
as sombras têm exaustiva vida própria
não dum e doutro lado da luz mas no próprio seio dela
intensamente amantes loucamente amadas
e espalham pelo chão braços de luz cinzenta
que se introduzem pelo bico nos olhos do homem

Por outro lado a sombra dita a luz
não ilumina realmente os objectos
os objectos vivem às escuras
numa perpétua aurora surrealista
com a qual não podemos contactar
senão como amantes
de olhos fechados
e lâmpadas nos dedos e na boca

(Cesariny)