27 julho 2009

O combóio

Segue a alma, inquieta
Ao sabor do condutor
Em arremesso constante
Numa paisagem tremida
Que nos faz ficar para trás
Pedaços de uma vida.

Ainda não chegámos lá
E já sentimos, dormente
A saudade da partida
Espelhada no cristal
Uma sombra surge
Refundida e tripartida
O tempo rola a correr
Entra a lembrança na treva
Para mais à frente ofuscar
Em arrozais e searas
Com o vento a murmurar
Pouca-terra, pouco-mar.
Ainda não chegámos lá.
E o Tempo sempre a correr
Que Saudade sinto agora,
Alma em fogo, vai marcando
Uma estrada pelo caminho
Espécie de éter volátil
Que percorre o seu destino
E o Tempo sempre a correr.Pouca-terra, pouco-mar.
Ainda há pouco parti.
Tenho urgência no chegar.

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