19 agosto 2010

Voar

Há em mim um deus que dança
Que me anima, que me insufla
Este pedaço de querer
Este pedaço de esperança.
Quando entra e vem só ele
Fazendo jorrar as fontes
Quando do céu caiem gotas
Que lavam  os horizontes
A terra inteira ressoa
E se levantam dos montes
Os murmúrios ao ouvido
Do desejo renovado
De te sentir no meu corpo
O teu de seiva molhado
E renasces tu em mim
Eu por ti abro-me em flor
Quando és deus que dança
Esta dança do amor.
Somos do mundo senhores
Nessa frenética luta
De consumar o desejo
Que a só a nós  catapulta.
Eu sou arco e tu flecha
Disparada contra o vento.
Ergo-me ao firmamento
E tu levantas as mãos
E ensinas-me a voar
As minhas são tuas asas
E ficamos a pairar.



2 comentários:

Vanuza Pantaleão disse...

Que poema!

Amiga, sempre há histórias na nossa vida que merecem ser contadas e sempre haverá quem queira ouvi-las. Bem, é o que eu acho.

"As minhas mãos são tuas asas..."
Lembra-me o filme Asas do Desejo, lindo, falando de anjos na terra, etc.

Vou aproveitar e dar uma lidinha nos outros posts. Faz tanto tempo que não apareço, senti saudade.

Abraço carinhoso!!!

PM disse...

Depois de quase dois meses de ausência cá estou de volta.Já vi tudo o que havia de novo e sinto sempre a mesma dificuldade em dizer qualquer de original. Como em tempos fiz uma declação de fidelidade ao bom gosto deste blogue,isso deixa-me mais descansado. Quanto a este último poema...a mesma qualidade.
Petrarca