Há em mim um deus que dança
Que me anima, que me insufla
Este pedaço de querer
Este pedaço de esperança.
Quando entra e vem só ele
Fazendo jorrar as fontes
Quando do céu caiem gotas
Que lavam os horizontes
A terra inteira ressoa
E se levantam dos montes
Os murmúrios ao ouvido
Do desejo renovado
De te sentir no meu corpo
O teu de seiva molhado
E renasces tu em mim
Eu por ti abro-me em flor
Quando és deus que dança
Esta dança do amor.
Somos do mundo senhores
Nessa frenética luta
De consumar o desejo
Que a só a nós catapulta.
Eu sou arco e tu flecha
Disparada contra o vento.
Ergo-me ao firmamento
E tu levantas as mãos
E ensinas-me a voar
As minhas são tuas asas
E ficamos a pairar.
2 comentários:
Que poema!
Amiga, sempre há histórias na nossa vida que merecem ser contadas e sempre haverá quem queira ouvi-las. Bem, é o que eu acho.
"As minhas mãos são tuas asas..."
Lembra-me o filme Asas do Desejo, lindo, falando de anjos na terra, etc.
Vou aproveitar e dar uma lidinha nos outros posts. Faz tanto tempo que não apareço, senti saudade.
Abraço carinhoso!!!
Depois de quase dois meses de ausência cá estou de volta.Já vi tudo o que havia de novo e sinto sempre a mesma dificuldade em dizer qualquer de original. Como em tempos fiz uma declação de fidelidade ao bom gosto deste blogue,isso deixa-me mais descansado. Quanto a este último poema...a mesma qualidade.
Petrarca
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