09 maio 2012

Meditação


"Ek Ong Kar
Sat Naam
Kartaa Purkh, Nirbhao Nirvair
Akaal Murat
Ajuni, Saibhang Guru Prasaad Jaap
Aad Sach, Jugaad Sach
Hai Bhee Sach, Nanak Ho Si Bhee Sach
Nanak Ho Si Bhee Sach"*

* texto em Sânscrito.

 
O que é a vida senão uma longa caminhada
Uma semente que se transforma em fruto
Com que destino, com que finalidade
Para se acabar em nada?
Para quê a beleza, se murcha célere
Porque nos dão quimeras
Porque nos esforçamos tanto
Se chega um momento  em que somos pó
E acabamos num qualquer canto.
A música, a pintura, a dança
De que nos servirão
Se neste caminhar há tanta servidão?.
De que serve sentir como  esteta
Se a vida  é cruel e os sonhos intersecta
Que sentido faz viver assim?
Quando somos invadidos por segundos
Que apenas uma coisa é certa
Que tu e eu seremos pó, cinza e nada
E que não haverá nova alvorada.
Serão estes versos tristes?
Não, apenas a realidade
A vida nos dá o sonho
A morte nos rouba a vida
E  sendo tudo assim tão certo
Porquê existe  tanto pó
Misturado com maldade?

Maria João Nunes ( Inédito)


2 comentários:

Rogério G.V. Pereira disse...

"Que apenas uma coisa é certa
Que tu e eu seremos pó, cinza e nada"

Sendo certo esse destino
ele não me incomoda nem intimida
O resto sim
e contra ele luto,
Não me rendo a esta vida
e não há vitórias
quando se deserta ou espera
Diz outro poeta:
"eh, vamos embora
que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
não espera acontecer"

Vamos à luta?

Petrarca disse...

Ora aqui está um post bom para eu comentar.
O texto em Sânscrito diz-me muito, mas como acabarei fatalmente em cinza, pó e nada, não me vou dar ao trabalho de, aqui, o traduzir. :)
A cada dia que passa eu fico mais certo que a piada disto tudo (da vida, quero eu dizer) é saberermos que vai acabar e portanto vale a pena fazer e tentar fazer tudo enquanto cá andamos (asneiras incluidas que são muitas vezes o melhor).
Assim sendo e como a poeira já é muita por aqui me fico.

PS: Lá no meu sítio, no último post, faço-lhe uma referência, contida mas indispensável.
Bjo.