Há um canto de cisne neste meu amor
Aproxima-se o fim, já sinto o torpor
E este negro animal assim me vai invadindo
Mesmo que seja primavera
E as andorinhas agitem o horizonte
Anunciam em vez de flores
o fim
desta quimera.
E secam-se nos meus olhos todas as fontes.
A negra sombra avança sobre mim
E cobre-me com as suas longas asas
Feitas de tempo
E porque por tanto tempo
Naveguei nas asas do sonho
e fiz de uma gaivota o meu corcel
andei de mar em mar
de navio em navio
noites sem dormir
e o sonho preso por um fio.
Há um canto de cisne neste meu amor
Um piar de fénix amortecida
E já quase em desatino e desalmada
É chegado o momento da partida.
Liberta serei já que fui cativa
De uma vida desencantada.
3 comentários:
Este balé é encantador e me traz boas recordações. Um abraço, Yayá.
Arrobamiga
Lindo, lindo, lindo, mas triste, triste, triste. Por isso, gostei.
Já cá estou, depois de três meses de sonho em Goa: Porém, perante o que vim encontrar, só tenho um desejo: assim que possa - as dificuldades são cada vez maiores com esta gente... - voltar.
Mas, para já, dorido, dolorido, revoltado, vou estando por cá.
Bjs da Raquel e qjs para tu
Muito prróximo do divino...as palavras, a música os movimentos corporais...BELO!
BShell
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