21 setembro 2012

 

Esta estranha energia metafísica que me assola
Que me invade como se fora ondas de um oceano profundo
Como se fora asas que galgando me devoram e me afastam do  mundo
Estranho voo nupcial em que as palavras vivem como se cópula fosse
E me deixam encantada neste reino animal, onde a conquista se impõe
Diária e sem nenhuma trégua neste abismo colossal onde lutam forças
Quase sobrenaturais a que chamam de  Bem e Mal.
Sempre este duplo sentido de uma origem desconhecida
Sempre esta vaga incerteza  com que se constrói a Vida.
E este mistério da origem surge como coisa encantada
Esta estranha esperança de sedução de paraíso logo se abate
Como se fora nuvem carregada de granizo.
Fenómeno de perdição que  em água se dilui, tal como o meu corpo
Assim fica, quando minha alma flui e galgando pelo espaço
Me deixa inerte e vazia como se calasse algures o som
e o coração cesse por fim o  seu compasso

1 comentário:

Rogério G.V. Pereira disse...

Entre o fluir da alma
e o cessar do coração
Dancemos esta valsa