20 janeiro 2008

A caverna



Pergunto-me porque foges?
Porque te escondes nesse fosso
De dor
De desamor
Caverna de escuridão e
de silêncio.
Onde te afundas
em ira raivosa e surda.
Conseguisse eu
com a força do beijo
das palavras entrelaçadas
tecer uma corda de sinais.
Que te traga á luz do dia
Não te despenhes tu
Nos rochedos sombrios
Que a tua alma traiçoeira
Coloca no caminho.
Ergue o teu corpo e olha
Na entrada da caverna
Há um tufo de flores
Perfumadas.
Que nascem todas as primaveras
Esperando
Que saias para as colher.
Não recuses a esperança
Não mates a seiva verde.
Que me corre nas palavras
Apanha o verbo
e vive!

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