15 janeiro 2008

Partida

Assim partiu a tua voz, etérea.
Através de finos fios, translucidos
percorrendo orientes desconhecidos
deixou olhos de água no caminho,
e pérolas brotando.
Récitas de poesia adormecida
beijando o verso mansamente
e o meu olhar perdido em ti.
Deixaste a brisa da alma
e todo o toque e som
se uniram
numa melodia silenciosa e infinita.
Para sempre fica a réstea
da paisagem amada
marca saudosa de travo
doce e amargo.
Ferro marcado no corpo.
Ferida aberta no espirito.
Assim partiste embalado
pelo mármore da eternidade.
Ficou a recordação
um jardim com grades
e eu,
solitária na paisagem
sem fronteiras.

2 comentários:

Anónimo disse...

Lindo! Quem escreve tão bem...merece continuar a escrever; sempre.
(tonecaspintassilgo)

Anónimo disse...

Os seus textos são um misto de revolta e inconformismo para com o sistema , já a sua parte poética concretamente as poesias que suponho são da sua autoria são de uma beleza extrema , especialmente estes dois últimos poemas que publicou revelam uma alma magoada mas bela , muito bela.
Um bem haja por existir.

F.J