O banco era de madeira daqueles verdes, de jardim, a beirar
o relvado inglês, sentada nele, passeava o olhar pelos tons de Outono
que caíam em redor como uma espécie de enormes flocos de neve acastanhada.
Meio perdido o olhar, ensombrado por nostalgia, tentava encontrar significado para o vazio
que sentia.
Ultimamente a ideia da morte invadia-lhe a mente numa
fracção de segundos, deixando uma sensação esquisita que se esforçava por afastar .
Passava a vida a esquecer que somos seres finitos.
Interrogava-se como sentiriam aqueles que, pela ordem natural das “coisas” ou
pela força das circunstâncias, mais
perto desse términos estariam; que pensariam?
Será que a natureza é benévola e nos
vai desprendendo suavemente de tudo aquilo que durante a vida conquistámos, muitas vezes com sangue , suor
e lágrimas?
A vida tinha sido
uma longa viagem de auto descoberta através dos meandros da
natureza humana mais profunda; naturalmente estava atenta mas a insatisfação interior era tanta, que
nada parecia fazer sentido: sem afectos não valia nada!
E ela que sempre esteve pronta para amar, apenas encontrou
no seu caminho pessoas com imaturidade
emocional: gente com medo da vida e do sofrimento que a mesma implica e sem
coragem para mudar seja o que for, a fazer lembrar casulos com crisálidas
mortas. E sem sofrimento não há renovação.
Seja como for há que continuar o caminho. Levantou-se e
procurou o calor de um animado centro comercial: lá dentro sentia-se mais
reconfortada e depois sempre havia o brilho das luzes e o riso das crianças a
tirar fotografias no colo do Pai Natal.
11 comentários:
Os caminhos sempre prosseguem e não como fugir deles. Há de se escolher um e trilhar, mudar de rumo se precisar, guardar o que de bom se colher pelo caminho e continuar.
Belo texto!
Beijo.
Arrobamiga
Nunca tirei uma foto sentado ao colo do Pai Natal; a saber,
Primeiro, porque quando era puto, nada de Pais Natais, donde... Era o menino Jesus e ele éke andava ao colo de;
Segundo, porque se hoje o tentasse fazer, o desgraçado, face aos meus quilitos, ou partia mesmo sem estar na pool position ou suicidava-se a ele mesmo, ou mesmo a ele propriamente dito próprio.
Peço-te desculpa, mas ainda acredito nele; nele, Pai. No Coelho, nunca!!!!!!
Bjs da Raquel & qjs para tu
Partilho do seu estado de espírito, cara Arrob@... o deste post e o do post anterior também...
Ah! Perdão... não me apresentei. Eu sou o Pai Natal que a menina viu no centro comercial com as criancinhas ao colo.
Oh, oh, oh!!!...
Celso Mendes, verdade que sim como dizia o nosso vizinho castelhano " O caminho faz-se caminhando" Tenha um bom Natal mas com o Menino Jesus!
Abraço
Amigo Antunes Ferreira, se quer que lhe diga eu acredito apenas e só no Pai, pois ninguém chega a Deus senão por Ele Jesus Cristo.
Abraço para si e Dona Raquel
Amigo Giuseppe Pietrini pensava eu que andava ocupado com outras candidaturas!! É que eu para encontrar o Menino Jesus prefiro olhar simplesmente as crianças.
Abraço amigo
Eu quero acreditar que sim, "que a natureza é benévola e nos vai desprendendo suavemente de tudo aquilo que durante a vida conquistámos..."
Mas enquanto desprende e não desprende, fique com os meus votos de Feliz Natal.
Bjo.
Meu Caro amigo Petrarca.
Obrigada pela visita, agradeço os votos de Feliz Natal e retribuirei em sede própria.
Quanto ao seu desejo sobre uma natureza benevolente....pois não sabemos, cada caso é um caso e há que passar pela vida de peito aberto e coração ao alto!
Um abraço com amizade
Garanto que não encontro o Pai Natal no Centro Comercial:)!
Pois.....já me esquecia: a insatisfação que falas no texto é característica dos que....amam:)
Bjo
Olá Al! -:)))
Não? Eu sim , desses com barbas postiças e desempregados que sempre ganham alguns euritos. Agora o meu Menino Jesus....esse ...não o vejo por lá ....mas sei onde Ele está, juro que sei! Se Cristo viesse à Terra decerto derrubaria muitos templos de vendilhões...
Abraço natalício cheio de luzinhas-sinapses!!
Feliz Natal e tudo de bom:)!
Bjo
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