18 outubro 2008

Viagens....




Acordei caótica, com frases a passarem na mente, como comboios em hora de ponta,
congestionados, em contracções, uns atrás dos outros.

Durante toda a noite, as palavras saíram marteladas, sincopadas, a circular em meia elipse na retina.
Agora com a luz do dia deixei de delirar, o vazio voltou a instalar-se, e só consigo pensar que devem ser os efeitos do deserto das palavras, esta estranha viagem que me leva de noite a centros cosmopolitas cheios de movimento, e durante o dia me larga numa qualquer estação abandonada, à espera do primeiro comboio que tarda em passar.
Só mesmo lá para o fim da tarde , o fluxo começa a aumentar.
A opção e ir seguindo a pé, devagar, carregando a bagagem aos ombros, deixando-me curvar pelo seu peso e esquecendo que nem sempre as palavras podem flutuar como balões – leves e soltas!

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