05 outubro 2008





Na torre sineira
O relógio batia as horas
No meu cinzeiro
Batiam as beatas mortas
Enquanto outras beatas
Pelas trindades corriam
A bater nas outras portas

De lenços negros e xailes
Traçados no coração
Esfumando os caminhos
Cegas e sem razão
Endoidecendo na dor
Pela perda do batel
Onde ia o Zé Capitão
Arrastou consigo
Ao mar, sangue
Suor e lágrimas
Deixando mortas
Exangues
Nos corações apátridas.
E na torre sineira,
O Sino dobra…..triste………
Enovelado no fumo
Da beata que jaz morta

2 comentários:

pianistaboxeador21 disse...

"E na torre sineira,
O Sino dobra…..triste………
Enovelado no fumo
Da beata que jaz morta."

Lindo. triste e lindo, como todo o poema aliás, mas este final é mesmo uma chave de ouro.

Abraço,

Daniel

Arnaldo dos Santos Norton disse...

Com que beleza se manuseiam as palavras!...Muito bonito.