20 fevereiro 2009

Luxúria


Foto: João Mota Costa

Desliza leve o vento como pena de ave, que voa pela montanha suavemente ondulada.
Acaricia lento.
Escorre doce a água do ribeiro, sem pressas, inundando a terra sequiosa, aberta em sulcos que enchem mil lagos, jorrando sempre em direcção ao vale profundo.
Abandona-se inconsciente e o mundo pára por breves segundos.
Não sabe qual o norte nem o sul, perde-se no estuário do imenso oceano de sal. Ao fundo, arde ainda intenso o astro rei que vai lentamente caindo a pique. Finalmente vem o repouso da noite e a terra adormece saciada, abraçada ao vento parado.

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