27 fevereiro 2009

Nascentes


















Ontem quando me disseste,
Que beijar as nascentes dos meus lábios
Te fazia lembrar cascatas de água,
Acordaste em mim ecos adormecidos
Em dia de primavera.
O raio atravessou o firmamento
E fez eclodir as águas
Abrindo fendas nas fragas
Selvagens, na paisagem do norte
Penedos graníticos quebraram-se
Docemente,
E do seu interior
Brotaram as águas cristalinas
Este seiva que alimenta
E nos chama novamente á vida
A céu aberto, correm agora
Riachos de cristal,
Em melodias tranquilas
Risos da natureza
Que só nós dois conhecemos
Deitados na terra, confidenciamos
Mil segredos
Guardados na eternidade
E finalmente descobrimos
Que nunca estivemos sós
Unidos em tempo intemporal
Em minutos que nunca existiram
Rasgamos o tempo e o espaço.

Sem comentários: