19 fevereiro 2009




O mar calmo, veste-se agora de negro
Sem aquele clarão lustrado do sol
Poente
A noite chegou viúva, debruçada sobre a praia
Vem chorando em silêncio
O tempo que gastou a murmurar
Palavras
Que julgou ouvir nos teus lábios
Areias molhadas de sal
Mortalhas de corpos perdidos
No imenso naufrágio da vida
Despenharam-se em ravinas
Surdas, abertas como bocas
Sequiosas
E no ar apenas o perfume das rosas
Que coloriram um pouco
O areal.

1 comentário:

Anónimo disse...

Bela sequência de palavras escritas em português, com alma e talento.
João Cunha Gonçalves