07 dezembro 2009

Mil e uma Noites

De rompante abriram-se
as gelosias marchetadas
e no horizonte, mil e uma
noites
de contos,
encantadas.

E era eu , angustiada Scheherazade
perante uma corte calada de ciprestes
renascida em jaula feérica
de luxúria árabe
grades douradas
de ouro arabescadas
sonhando-te
a contar
histórias inventadas .

Impossível descrever
esse teu rosto
adormecido, por entre
chorões de prata fluída
fachadas mármoreas
de cor ígnea
Contra o sol
irisado
poente já quase ido
em cor de jóia rara.
e em mim apenas
a ânsia contida
sofrida
de ser núvem
adormecer no sonho
como clepsidra, a viver
fora do tempo.
Poder ter-te
a ti
por um momento.

1 comentário:

Petrarca disse...

Aqui está um blog que gosto de visitar, com belos poemas, mas onde tenho dificuldade em deixar pegadas. Sinto que são sempre um pouco forçadas e á margem dos poemas, mas a verdade é que eu, mesmo travestido de Petrarca, não nado com facilidade nestas águas.
Culpa minha, mau nadador sem estilo definido, tanto esbracejo bruços como tento a mariposa.
Mas voltarei sempre, nem que tenha como agora de falar de nada. Contradição: nadando mal, sou bom (?) a falar de nada.