06 setembro 2010

Marasmo

Já não sei de mim
Onde me perdi
Nesta réstia de saudade
Tanto enfado nas palavras
Que não saem a contento
Escorre-me negra a tinta
Da cor deste sentimento
Perdida me vou achando
No caminhar da pena
A fugir deste tormento
 Da ternura dos outros
Que observo em silêncio
Do toque que já não toco
Do grito que já não dou
De mulher bem comportada
Que não sente, que não tem
A quem roubaram a vida
E que não é de ninguém
Mais vale ficar calada!
Adormecer no marasmo
De viver esta existência
Com gritos mudos de pasmo.

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