12 julho 2010

Voo picado

Hoje ao ler-te   desejei ter asas. Voar mais alto que uma águia- real. Sinto-me imperfeita nesta minha condição de existir como ser humano. Não tenho asas, nem do tamanho das de uma andorinha . Não sei o que significa mas depreendo que não estou ainda pronta para partir. Só as andorinhas partem...
( Os meus braços não servem de nada...)


Estranha ironia esta, pudesse eu abdicar deste meu corpo e ser só alma. Ontem tudo me parecia estranho, eu já não queria habitar mais este planeta. Sei que é azul, pelo que dizem até consigo acreditar, mas os verdes que o matizam já não habitavam em mim. Tão pouco sei se quero habitar outros. Diz-se que existem outras galáxias, mas percepciono e entendo que não conheço uma ínfima parte desta.

Hoje sinto assim!

Amanhã , um amanhã feito de “hoje”, sentirei como? Voltarei a não querer ter asas?

Tenho medo de não saber voar. Um simples brevet custa caro, qual será o preço do meu?

E o preço de reaver a minha alma de volta? Mais caro será certamente, pagar um preço tão alto para ter um par de asas e elevar-me no espaço.

Agora se fosse águia mudaria de rumo, deixaria o alto das cercanias, os penedos isolados, as fragas aquecidas pelo sol e voaria....

Voaria por entre o azul e verde; por instantes não ter esta voz humana e soltar dentro de mim o grito que tu tão bem conheces.

Lá em baixo, um fino fio de fumo ergue-se....vertical....

Cheira a terra molhada pela chuva !
Consegues ouvir-me?

Sem comentários: