Hoje ao ler-te desejei ter asas. Voar mais alto que uma águia- real. Sinto-me imperfeita nesta minha condição de existir como ser humano. Não tenho asas, nem do tamanho das de uma andorinha . Não sei o que significa mas depreendo que não estou ainda pronta para partir. Só as andorinhas partem...
( Os meus braços não servem de nada...)
Estranha ironia esta, pudesse eu abdicar deste meu corpo e ser só alma. Ontem tudo me parecia estranho, eu já não queria habitar mais este planeta. Sei que é azul, pelo que dizem até consigo acreditar, mas os verdes que o matizam já não habitavam em mim. Tão pouco sei se quero habitar outros. Diz-se que existem outras galáxias, mas percepciono e entendo que não conheço uma ínfima parte desta.
Hoje sinto assim!
Amanhã , um amanhã feito de “hoje”, sentirei como? Voltarei a não querer ter asas?
Tenho medo de não saber voar. Um simples brevet custa caro, qual será o preço do meu?
E o preço de reaver a minha alma de volta? Mais caro será certamente, pagar um preço tão alto para ter um par de asas e elevar-me no espaço.
Agora se fosse águia mudaria de rumo, deixaria o alto das cercanias, os penedos isolados, as fragas aquecidas pelo sol e voaria....
Voaria por entre o azul e verde; por instantes não ter esta voz humana e soltar dentro de mim o grito que tu tão bem conheces.
Lá em baixo, um fino fio de fumo ergue-se....vertical....
Cheira a terra molhada pela chuva !
Consegues ouvir-me?
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