17 junho 2011

O que é Nacional é bom


Escrevinhei um poema, que guardei no fundo da gaveta, já lá vai um bom par de anos. Supostamente  não era para ser lido. Recentemente fui à procura do dito e vi que o papel tinha sido roído por algum insecto bibliófilo, não sobrou uma única letra.  Com  a minúcia possível e munida de lupa procurei em todas as gavetas o autor de semelhante atentado. Por fim, encontrei  o dito bicho e acusei-o do crime de posse de propriedade intelectual. Eis que o malandro me transmitiu que tinha registado os direitos da poesia na Sociedade Portuguesa de Autores. Quanto ao suporte em papel alimentou-se do mesmo e procriou uma nova geração de bibliófagos: deu á luz mais outros tantos animais, que espalhados pelo mundo fora tem conseguido sobreviver à custa do papel escrito. Da próxima vez que tal suceder, em vez de atilar uma qualquer letra, cilindro-o  por inteiro mesmo correndo o risco de deixar o poema sem um til.Tenho ainda uma solução final: convidar para coabitação alguns morcegos vindos ali dos lados de Mafra. Tudo isto para vos dizer que o que é nacional é bom, não só o pão da mencionada localidade, como também os morcegos que habitam o Convento, já para não referir os bibliófilos espalhados pelo continente ( e ilhas). 
@ Reservados todos os Direitos de Autor

1 comentário:

Anónimo disse...

Joãozitamiga

Bibliófagos - gostei; gostei à brava; gostei mesmo à beça. Expressão, excelente; impressão, depende da mánica. De preferência em ófesete melhor mesmo só em ófenove. Acredito firmemente que me entendes o desabafo... rsrsrs

Quanto aos morcegos; são aqueles que comem tudo, que comem tudo e não deixam nada? E há-se-os de Mafra? Coisas do Saramago, por certo. Na Casa dos Bicos.

Prontos (sem s): não me canso de repetir - escreves, na verdade, muitíssimo bem. Agradeço-te pelos textos que me (nos) ofereces. Parabéns.

Qjs

PS (Continuo a ser, mas aqui é Post Scriptum...) - a VERIFICAÇÃO DE PALAVRAS não aquenta nem arrefenta; só chateia quem quer comentar. Eu aventei a que tinha...