18 novembro 2009

Mar

"Porque o melhor, enfim,/É não ouvir nem ver.../Passarem sobre mim
E nada me doer."
Camilo Pessanha

Mar,
que rolas incessantemente
imensa chama fria que arde
assim aos pés da gente
num lusco-fusco de marés
que nos embalam docemente.

Luzeiros á noite pela praia fora
pelo mar dentro
mágicas rendas finas
de ondas tecidas
transportam o brilho
das estrelas caidas.

E só as tuas águas
me apagam a febre fantasma,
que em ondas
revoltas, me vai afogando
e o estertor começa
na água morrente
pela noite fora
Traz-me o mar de rojo
aquele que me devora
como uma serpente.
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