A Musa Euterpe 1752-Francois Boucher
Porque é que só me chamam Musa
E me condenam a não ser apenas mulher?
Porque fico eu aqui sozinha, entronizada
Como se fosse uma santa de um altar qualquer?
Foi Deus ou o Diabo que me condenou
A ser a mais solitária das mulheres
A resignar-me sem sentir, sem saber
Onde está aquele que me amou?
Porque me falas tu dela sempre?
Porque está o retrato dela
Tão vivo na memória , tão presente?
Estarei condenada assim eternamente?
Já me chamam Dona Musa por aí
Que condão tenho eu, que desconheço
A minha vida é uma viagem sem regresso?
Espécie de ampulheta sempre a inverter
A areia que conta as horas que padeço?
Ah , não me chames Musa, chama-me antes mulher
E leva-me para a tua cama, enrolar os lençóis de linho
Não me peças para os fiar, pede-me antes para neles
O teu corpo poder beijar.
Porque é que só me chamam Musa
E me condenam a não ser apenas mulher?
Porque fico eu aqui sozinha, entronizada
Como se fosse uma santa de um altar qualquer?
Foi Deus ou o Diabo que me condenou
A ser a mais solitária das mulheres
A resignar-me sem sentir, sem saber
Onde está aquele que me amou?
Porque me falas tu dela sempre?
Porque está o retrato dela
Tão vivo na memória , tão presente?
Estarei condenada assim eternamente?
Já me chamam Dona Musa por aí
Que condão tenho eu, que desconheço
A minha vida é uma viagem sem regresso?
Espécie de ampulheta sempre a inverter
A areia que conta as horas que padeço?
Ah , não me chames Musa, chama-me antes mulher
E leva-me para a tua cama, enrolar os lençóis de linho
Não me peças para os fiar, pede-me antes para neles
O teu corpo poder beijar.
4 comentários:
Tenho seguido o seu blogue. Gosto desta sua poesia em particular.
Continue, não desista.
A.P
Reportando-me ao "pena não ter um perfil público... " dum comentário seu anterior: construir um blogue... requer arte, decoração, esmero, empenho, conteúdo e dedicação. São atributos que (me) escasseiam. Por isso limitar-me-ei , de quando em vez, a deixar o meu comentário ou a minha ressonância.
Adoro ler os seus poemas. Felicito-a pelo blogue no seu todo.
A minha ressonância:
A vida é feita de pedaços... pedaços que se cruzam, se interpenetram e se juntam numa só dimensão... no palco da vida.
Um poema (com tão elevada inspiração) não está despido, não. Nele está patente cada um dos pedaços que apresentam a personagem real da vida em duas contrastantes vertentes: ora chora agrestemente, ora ri triunfalmente... num misticismo de ternura, perfume, beleza, doçura, magia e sonho encantador.
ÓO senhor Palito Métrico assim rebenta a escala, consigo o metro passa a ser muito mais do que uma simples medida ( risos).
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