30 outubro 2009

Asas

De tanto gritares e não conseguires
fazer-te ouvir
transformaram-se as tuas mãos
em asas para me fazeres sorrir
À noite fecho os olhos,
e da minha janela da alma
convido-te a voar comigo
aos locais onde sempre
quisemos ir.
E nessa forma sonhada
surge a o teu riso
num vulto de coisa alada
e acordo já tão tarde
sentido-me assustada
por saber que ganhaste asas
e no meu sonho
partiste de forma inesperada.
Logo, mais à noite
vou-me preparar
para outra jornada
Transformar as minhas mãos
em nada.
Assim , sem mãos já não sonho
porque a poesia ficará
por dizer, aqui
dentro do meu peito fechada!
Voaste para tão longe,
como conseguiste tu deixar-me assim
abandonada?
para que serve ter asas ou mãos
se subiste tão alto e não me levaste
contigo?
Já me chamam desterrada,
Quisera eu ser assim
forma eternamente alada.

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