Eis que nascem tortuosos
estes versos feitos a dormir.
Acodem-me ao pensamento
Torturo-me para os refundir!
Desolada diante do papel
sem conseguir enegrecê-lo a tinta
Impaciente sinto-me vazia
Mente rigida esta que não pinta.
Largo-te pena que emperra!
Louca da casa que te escondes
em mil cantos pelejando
crença esta enluarada
solta no vão da janela
onde a razão se esconde
onde apenas se esconde Ela!
Hoje retoco aqui,
amanhã corrijo ali.
Mudo palavras, corto frases
num verdadeiro estertor
uma manta de retalhos
vazio ausente de cor
E a louca troça de mim
gargalhadas estridentes
ecoam pela casa fora
pelo negro corredor
onde surge , lá ao fundo
um fantasma inquisidor
que me acusa sem parar
de lhe ter matado o génio
de lhe ter criado a dor
de cada palavra escrita
afogada neste mar
de escura realidade,
Triste sina esta desdita!
Sem comentários:
Enviar um comentário