09 maio 2011

Inferno

Vénus ao espelho - 

Adolphe-William 

Bouguereau 1879

Dentro do meu peito há um inferno
Labaredas de cor rubra em fúria
Revolvendo-se em espasmos de luxuria
Um inferno a arder abrasador
É sina minha sensualizar a Dor.
Tudo o que mais anseio de mim foge
E tanto que quero eu partir agora
Dai-me asas Senhor, dai-me asas
Deixai-me voar pelo céu fora!
Lá bem no alto, junto às estrelas
No meio da escuridão
Eu queria ser estrela cadente
E cair no teu coração.
Tem momentos que olho no espelho
E espreito a estranha que há em mim
Não sei quem é, não me conheço
E esta interrogação não tem fim.
Dentro do meu peito há um inferno
Labaredas de cor rubra em fúria
E o meu corpo frio a lembrar marfim.

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