A minha alma é um braseiro a consumir a soma dos meus dias.
Estéril, morre perto da sombra do oásis chamado sonho.
Há um negro poço onde à noite me debruço e vejo as estrelas a cintilarem.
Escolho entre o brilho das estrelas e o calor do sol.
Falta-me a escada para descer ou talvez abra os braços e voe nas ondas quentes do horizonte.
Abro os olhos e vejo-te em forma de pássaro suspenso no manto diáfano do dia.
Deixa que se extinga o último sopro da brisa e faz de mim fénix.
Mais tarde gritarás no branco silêncio o que nunca eu ousei dizer-te.
Nesse instante as palmeiras darão frutos e o doce das tâmaras saciará o meu desejo de ti.
2 comentários:
Arrobamiga
Em boa hora te encontrei no Intimidades; vim até aqui e gostei. Do grafismo, dos textos, do teu Deserto. E deixa-me que contigo concorde: «... as palmeiras darão frutos e o doce das tâmaras saciará o meu desejo de ti...»
Para quem gosta de escrever e tem ganhado a vida a fazê-lo, está muito bem escrito, é bué da fixe, como aprendi com os meus netos. Bem , diz-se nas redacções dos jornais.
Qjs = queijinhos = beijinhos
Neste deserto que nos consome há sempre o silêncio do branco onde se criam palavras e versos.
Gostei de teu espaço, de teu estilo, de teus escritos.
Permita-me reservar meu espaço aqui...
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