16 maio 2011

Deserto

 

A minha alma é um braseiro a consumir a soma dos meus dias.
Estéril, morre  perto da sombra do  oásis chamado sonho.
Há um negro poço onde à noite me debruço e vejo as estrelas a cintilarem.
Escolho entre o brilho das estrelas e o calor do sol.
Falta-me a escada para descer ou talvez abra os braços e voe nas ondas quentes  do horizonte.
Abro os olhos e vejo-te em forma de pássaro suspenso no manto diáfano do dia.
Deixa que se extinga o último sopro da brisa e faz de mim fénix.
Mais tarde gritarás no branco silêncio o que nunca eu ousei dizer-te.
Nesse instante as palmeiras darão frutos e o doce das tâmaras saciará o meu desejo de ti.




2 comentários:

Anónimo disse...

Arrobamiga

Em boa hora te encontrei no Intimidades; vim até aqui e gostei. Do grafismo, dos textos, do teu Deserto. E deixa-me que contigo concorde: «... as palmeiras darão frutos e o doce das tâmaras saciará o meu desejo de ti...»

Para quem gosta de escrever e tem ganhado a vida a fazê-lo, está muito bem escrito, é bué da fixe, como aprendi com os meus netos. Bem , diz-se nas redacções dos jornais.

Qjs = queijinhos = beijinhos

Celso Mendes disse...

Neste deserto que nos consome há sempre o silêncio do branco onde se criam palavras e versos.

Gostei de teu espaço, de teu estilo, de teus escritos.

Permita-me reservar meu espaço aqui...